Anjo de Deus

Mesmo que suas águas transbordam sua pureza, mesmo que seus olhos se inundam deste teu mar, mesmo que não haja leveza em tua natureza, contudo, sempre introduz a hermenêutica de amar. O esforço de que seja ouvido, quantas tentativas ainda restam? O cansaço de um peito sofrido pelas tantas almas que se despedaçam, todo um trabalho perdido e um tempo que não foi posto na balança, os dias se alongam e o que é eterno fica esquecido e ao amor quem deu confiança? Olha ao chão e não encontra nem os cacos, o que se desfez naufragou, mesmo forte se comove pelos fracos que no oásis do engano mergulhou. O rastro que salga sua tez demonstra o amor que cobre tua imensidão, a nitidez da tristeza em não ver a fagulha resplandecer e um gotejar silencioso traz som a uma triste canção. Talvez a solução seja isolar-se para manter a tua essência, suas mãos que tentam ajudar, mas o que há em cada consciência? Sua história ficará marcada e suas linhas estarão sublinhadas, entre páginas que não serão esquecidas e jamais serão apagadas. Um peso em seus ombros o qual não deve carregar, seu trabalho em arrancar tantas almas de seus escombros e tentar fazer cada uma voar, quão difícil é, eu enxergo a tua persistência, e a grandiosidade do seu amor, tu representas a consciência que manifesta de verdade o senhor. Um verdadeiro anjo de Deus que incita somente o que traz à alma, vida, mesmo que incompreendido, já foi dito outra vez, tu és uma boca bendita.

 

Por Patrícia Campos

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