Apunhalado pela ignorância XIII

Quantos ferimentos causamos nos outros por nossa ignorância e pior ainda os ferimentos e dores que acarretamos e carregamos em nossa alma por tamanha tolice e incompreensão ao ponto de ferir nosso senhor da vida por nossos maus atos, por tantas expressões nojentas que saem de nossa boca, por condutas tão insensatas que só de pensar e lembrar causam repugnância em meu íntimo, pois a ignorância e incompreensão é o que destrói nossa consciência, nos acorrenta, nos adoece e nos deixa toda machucada, como se diz, desde a planta do pé até a cabeça não há coisa sã e quem pode mudar esse quadro e se curar é a própria consciência, sou eu que tenho tudo em minhas mãos, o poder de fazer tudo diferente e cuidar da minha consciência com todo zelo, pois tenho o remédio dentro de mim e não só o remédio, mas a saúde da minha alma. Por isso o confinamento interno é extremamente necessário e a todo instante estar atenta aos próprios pensamentos e sentimentos, pois são deles que originam até as mais simples expressões que parecem não ter nada a ver, mas que exalam o fedor de uma existência morta ainda alojada em nossa casa e devemos queimar, tirar, limpar, purificar até chegar ao ponto de exalar somente o bom cheiro de Cristo e que todos nossos gestos, expressões, comportamentos e ações sejam pelo novo morador, o ser eterno, o espírito santo de Deus. Quando nossos olhos só tiverem a visão de Deus, nossas bocas forem benditas, nossos ouvidos discernirem a fala de Deus em tudo que ouvirmos, nossas mãos tocarem a todos pelo espírito, nossos pés irem onde a cabeça Cristo comandar e o coração ser de Deus, então estaremos verdadeiramente livres da existência carnal que só nos acarreta o mal, e o que um dia foi punhal será espada de instrumento da justiça.

Por Michele Mi

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