O infinito dançava nas luzes, aparentemente desapercebido, os olhos tão esperados não puderam segui-lo, quem notaria sua grandiosidade? Entristeceu-se, por ser vida e não poder viver, anda só, nas luzes esquecidas de um tempo que veio a se corromper. As estrelas habitam em seu manto, e sua glória em seu coração, uma pena que não bombeia em seu canto, mas seu ensejo está no além da escuridão. A justiça de olhos fechados, se auto julgará, em um destino não muito agradável por tê-lo e deixou passar, o universo baila para envolver, e de alguma forma tentar acordar, o que sempre não pareceu entender o porquê de tamanha grandeza lhe desejar. Envolta em alvura, na tentativa de cura, “abra os olhos”, se sussurra, mas quem ouvirá em um redemoinho de loucura? O senhor cuida de suas asas, se a ele lhe forem dadas, desconhecido para tantas, mas a luz e a saída de todas. Seu silêncio corrói, arde e cresce como espinho, uma rosa murcha não vislumbra, mas se escassa pela dor do caminho. O infinito lhe envolve, como pode não enxergar? Dividiu-o e foi seu marco, mas ainda assim não consegue mudar. Seu tino toca o céu, mas seus passos ficam no ar, paira como pluma, sem saber onde vai ficar, como pode viver assim? Simetria mal encaixada, e eternidade não encontrada, seu vazio é sua alma que se deixou ao léu sem nenhum pudor. A voz que clama no deserto, clama por migalhas de atenção, na espera de que apenas uma brecha possa acalentar a imensidão, uma pena que o oceano não se aprofunda em suas águas, uma pena que o universo se esconde no nada, somos grandezas que pouco sabem de si mesma, somos o elo, que liga duas metades. De que vale hoje ter vida se amanhã não poderá nem abrir os olhos? De muito pouco importa viver sem saber da vida, agora lhe pergunto, por onde anda sua vida?
Por Luiza Campos