Continuidade…

Eu nasci em uma cidade pequena chamada Januária, em Minas Gerais, e ali, desde os primeiros anos de vida foi me ensinado os costumes da minha vó. Ela era católica fervorosa, e assim tinha aprendido que adorar imagens não era errado, me falaram que eu tinha que adorar o santo expedito que para eles é o santo das causas impossíveis, eu me recordo que nunca me senti bem com isso, que mesmo sendo criança algo em mim me falava que era errado, me recordo que por volta dos meus sete, oito anos de idade falei para a minha mãe que eu não queria mais fazer nada com aquele santo, pois não me sentia bem, e ela me disse que minha vó ficaria chateada, pois tinha sido apresentada a ele desde o meu nascimento, mas que ela não iria me obrigar a fazer algo que eu não queria. Aos meus três anos de idade comecei a ir a São Paulo frequentemente para cuidar da saúde, e assim comecei a ficar um tempo com a minha tia em São Paulo, e um tempo com a minha mãe e vó em Minas Gerais. Minha tia foi me ensinado que eu tinha que buscar a Jesus, que ele é a salvação, e que eu tinha que estar na igreja para isso. E assim foi por muitos longos anos da minha vida, e realmente eu acreditava que o que estava fazendo era certo, pois diferente do que a minha vó me ensinou, eu não me sentia mal, pois eu amava ouvir o que escutava sobre Jesus. Sei agora que Jesus é nosso irmão e como ele realizou o propósito do nosso Criador, eu também tenho que realizar, ele é um exemplo a ser seguido, ele andou pelo espírito de Deus, e assim temos que ser nós. Não era como me sentia quando foi me apresentado a aquele santo, pois desde o primeiro momento percebi que aquela pedra não poderia me fazer nem bem e nem mal. E o que eu venho querer me expressar nessa continuidade de mim, meus irmãos, é que sempre queremos agradar os outros e acabamos vivendo o que as pessoas querem para nós, e assim nos anulamos nas nossas vidas e não vamos realmente em busca do que é certo, eu me sentia uma parasita comendo os restos de comidas dos outros, demorei muito para enxergar e andar por mim mesma, mas hoje vivo a melhor fase da minha vida, e sei que essa fase não irá se acabar, pois hoje eu ando realmente no caminho certo, e não tem ninguém falando para mim o que tenho que fazer, porque eu sei o que tem que ser feito. Eu me sinto realizada ao estar aprendendo cada dia com o propósito do meu Criador, e sei que nada me tira desse propósito, pode acontecer o que for que eu não vou mudar de ideia e buscar outra coisa para a minha vida, porque agora estou andando por um caminho reto, sem curvas e é nesse caminho que quero e irei andar.

Por Jeane Reis

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