A certeza de meus olhos passa para os rastros de meus passos, que se asseguram de minha convicção viva, que pulsa meu peito, escorre em minhas cachoeiras, canta pelos passarinhos e brota em meu jardim. Seu sussurro é claro, e raia pela manhã, ilumina minh’alma cantarolando em meu coração, seu caminho anda com a sabedoria, raciocínio cabal eu diria, absoluto, teria como alguém fugir de uma verdade? Nem mesmo indo aos confins do mundo conseguiria esconder-se de seu cetro, em toda terra que há luz e todo infinito que o cerca é de seu reinado, todo canto desconhecido e todo lado ignorado está sua verdade alumiada quieta, deixando que os peitos escolham seus caminhos, e no fim então, escolhendo suas dores. A pergunta seria, qual dor escolheu sentir? Avareza, vaidade ou ciúmes? Laços semelhantes piam nos ouvidos inquietos, qual dor escolheu para si? Trilham as tradições como reses para o matadouro, vivem na anormalidade aceita, colorem seus dias cinzas e abraçam laços finitos, onde está a convicção de cada ato e a certeza de seus olhos? A clareza da verdade abraça meu coração, como pode ser assim para o resto das almas? Sem esperança, sem certezas, sem luz, sem sabedoria, quebrou a aliança, sem pureza, não reluz, sem luminescência para o dia, não há poema que adorne suas mentiras, ou que amenize seus ardores, por isso versos são silenciados, assim como o céu se calou. Então sim, eu enxergo a verdade da vida, sua simplicidade, sua grandiosidade, mas também enxergo o desdém dos peitos perdidos, quem enxerga isto? Uma convicção encoberta, um propósito mortificado, todos os laços são perdidos, e toda visão cegada, como pode ser assim? Para esta pergunta sim, não há convicção alguma, já que esperando que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas.
Por Luiza Campos