O desejo da alma canta em seus passos, voando e entrelaçando suas escolhas, quem muito quer mergulha em tempestade, não tem medo das ondas que carregam a verdade, o precipício abraça sua queda, e por querer seu sorriso se expande em seu coração, qual o querer de sua alma? O ato de conhecer-se ilumina abissal, ao pensar em desejar vida quando seus rastros se fundem à morte, como abraçar o mundo e acolher o pó, recitar poemas e palavras grandes, vivendo nos vales tristes e solitários da vida. O peso da balança rui as falas de sua boca, seu corpo pende aquilo que lhe satisfaz, o problema é que não percebe que seus olhos mentem como um bom mentiroso faz, cai e se arrepende, viu-se novamente, então é aqui o limite de minha mente? Pergunta-se em vão, já conhecera suas correntes. É muito frágil quando falamos de sua determinação, assemelhando-se ao vai e vem do oceano e a confusão das árvores no vendaval. Vive no inverno e outono, não conhece o calor da sabedoria, torce muito para que amanheça e venha o dia, mas logo volta para sua escuridão, como um cão que se sente livre ao correr, porém logo é lembrado que está amarrado, e por maior que seja sua corrente, um dia irá lembrar-te que existe, que está presente, amarga sua boca, torce seu estômago, mas foram seus atos que lhe trouxeram neste ponto. De zero a cem, ou melhor, cem ou zero, não há meio termo ou caminho do meio, enquanto tenta enganar-se em devaneios, sua ampulheta corre depressa para que dê um basta nesta vida sem freios.
Por Luiza Campos