Fui à procura da minha consciência

A falsa sensação de eternidade encobre a fugacidade de seus dias materiais. O falso entendimento de grandes saberes não torna ninguém sábio por ouvir. A falsidade de um reflexo mascarado não falsifica a essência de seu verdadeiro estado. Como alojar o infinito de um interno em um pequeno universo? Não teria que se fazer semelhante? Esta faísca que me acendeu deu a mim vagas perguntas, entretanto ao mergulhar vejo a pequenez de minha existência, onde estou nesta grandiosidade e por quê sou nesse infinito? O mundo ruiu por estas perguntas, e nunca encontraram suas definições, trágico seria não ver, e os loucos se enlouquecem mais por não saber. Vou agora a procura de mim, um desconhecido que sou e me fiz assim, se reflito o efêmero torno-me refém de mim mesma, buscando saída em um precipício, a queda já não seria a fuga ou a justa sentença de passos descuidados?

Os sábios se tornam loucos, quando buscam no lugar errado, sou espelho e parte de mim é quem está ao meu lado, a grandeza da vida só é sentida quando refletida, nada se pode ver quando não se baseia na luz infinda. Se procurarem por mim diga que não estou, fui à procura de minha consciência, fui buscar minha aliança, minha essência, colorir meu arco-íris, brindar a dadiva da vida e lutar por sua eternidade. Se conformar com o tempo e com a sua dor é para os insanos, busco agora a eterna existência. Muitos se perdem no tempo, e há muito o tempo se perdeu, o eu verdadeiro habita em algum canto, escondido pelas nuvens do breu, o mundo é efêmero e seus filhos são fugazes, grão de areia, tão pequeno, não há como se eternizar, não há base, não há lugar. Forasteiro e passageiro, viajante em meu desconhecido, não busco bagagem ou abrigo, apenas traçar meu próprio destino. Aqui fica meu adeus, a tudo aquilo que achei que sabia, um conto que não se perdeu, fui conhecer meu abissal com a luz da sabedoria.

 

Por Luiza Campos

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