Eis um grito no silêncio o qual chacoalhou minha estrutura, mas o céu sempre está propenso a levar minha alma as alturas, porque no chão só se vêm lagartas, mas as borboletas fazem do céu estradas. De que adianta sentir-se morno e calçar nos pés o estagno? Dentro do coração há o contorno e tudo o que deve ser feito fica sublinhado em carta magna, onde a escritura das leis do bem regem os simples, os quais se abrem à porta da oportunidade perpétua em brilho, mas o tolo a si mesmo agride e pela falta de amor sai do trilho, se acostuma com a loucura, se mistura com amargura, e o seu engano passa ser conveniente é o que ele sente. Deixa como está! Será? Mas para quê mudar? Já está tudo no lugar, acertado, nada precisa ser mudado. E assim segue o engano, enganando, convencendo e vencendo. Olho para mim, o centro do infinito e reflito dentro deste mesmo grito, o qual foi ouvido, sentido e fez todo o sentido. De que adianta cair no precipício depois de um aviso? É como se jogar nos braços da incompreensão, sendo que a única intenção é dar as mãos. Há de desatar o nó da ignorância que fica engasgado na garganta, remediar a dor sentida, antes mesmo da partida, dar a partida para que consiga caminhar de fato. A resiliência nos ensina o quanto somos fortes, que podemos curar tantos cortes, e que o desvencilhar do engano nos faz transportar de planos, podemos ir tão longe, do outro lado do infinito quando nos atentamos a um simples e significativo grito.
Por Patrícia Campos