Introspecção XV

Reflexão profunda sobre mim mesma, trata-se de um examinar, uma avaliação de minha própria consciência, deparar-me com minha estrutura mental, meus sentimentos, pensamentos, dificuldades, refletir-me em meu próprio espelho, o espelho da alma, estar concentrada do lado interno, pois é dentro de mim que tudo se passa e é onde devo trabalhar para tornar-me morada eterna do Altíssimo, e é aqui dentro que Ele visita e a tudo enxerga através da porção do espírito santo que me vivifica, que formou meu corpo carnal me trazendo a este mundo e viu minha consciência despontando como um fruto e é ela que ele veio do céu buscar, sabe muito mais de mim do que eu mesma, és a luz que ilumina e dissipa toda treva da ignorância, me ensinando todo o entendimento da razão da minha existência, onde a cada ponto compreendido tudo foi sendo esclarecido sobre o propósito do Criador e fora o entendimento tem me mostrado o que eu não via de mim mesma, pois não basta ter a sabedoria de Deus, mas ela deve ser aplicada para curar minha consciência, desliga-la do que é efêmero, e para isso é extremamente necessário enxergar-me de verdade. O espírito santo que me vivifica habita no mais profundo de meu ser e somente ele pode me guiar nesse caminho interno e apertado. Quantas coisas eu não via escondida por debaixo dos escombros de minha alma, eu pensava ter derrubado minha estrutura carnal, mas a coisa era muito mais profunda do que imaginava, muito sol tapado com a peneira, muito orgulho ferido e inflamado, muita falta de discernimento, tudo ali adormecido, raízes do velho ser, manchas feito tatuagens difíceis de tirar e que somente o fogo pode eliminar, muitas expressões que saíram de minha boca que hoje chega a me envergonhar, quanta pequinês, quanta imaturidade e falta de sensibilidade. Não se anda em dois caminhos ao mesmo tempo, não se mistura puro com impuro, não se remenda vestido velho com pano novo, a rotura fica muito maior, e a quanto tempo isso já foi dito, mas eu precisei ver isso dentro de mim mesma, reconhecer minha fraqueza, minha brecha, minhas doenças internas e é preciso ter muita paciência, muita compreensão e a semente da vida sempre ali no profundo do coração para concluir a obra que vim fazer aqui, preciso atravessar meu próprio deserto, sentir prazer em passar no gólgota, pois quem deve morrer é minha própria carne para que eu veja a tão almejada glória e aqui seja um templo santo de paz.

Por Michele Mi

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