Jornada revolucionária

No início eu era o fim, sem reticências, faltava-me perspectiva de mim mesma, hoje ainda sou assim, porém, sinto-me gota de esperança, uma reversão em câmera lenta, um desejo do novo, do transformar, mas primeiro preciso me formar, mesmo pequena, vi-me oportunidade, tenho a chance de tornar-me célula na eternidade, com a vida e a verdade, de alçar voos com a liberdade. Olho o passado e assisto toda a trajetória percorrida, histórias tristes vividas, em outras, marchas tão perdidas, mas ainda estou na lida. Nas mãos carrego a passagem de ida, porque não há como voltar, é daqui para frente que se deve caminhar. Vejo meu trajeto interno, dentro do meu universo, um verso que se desfaz no inverso, disperso, réu confesso.

Deparei-me itinerário, um caminho que abre porta com vista para o mar celeste, invisível planetário, sou terra inconteste, em teste, quiçá torne-me celeste. Meu olhar telescópio que deve ter olhos só para mim, para ver-me em detalhes, mesmo que doa, mas que cure, uma jornada revolucionária em busca da minha alma, para que não conheça o nada. Um rumo e um percurso longe deste mundo, que paira em meu espaço ínfimo, e que somente eu consigo atingir junto à vida que habita em mim. Estou nesta luta e nesta busca, incessante e permanente até o meu último suspiro.

 

Patrícia Campos

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