Lugar de êxtase

O que transcende a alma, faz transbordar, mas quando é a alma que transcende resume-se a hermenêutica do transportar. Não há como explicar, mas há como vivenciar, porque o efêmero nada é, isto se mostra no espelho, forra o chão feito tapete, mas àquele que inclina-se aos bons conselhos, faz da mente viva eternamente. Um dia a conta chega, e para àquele que não é devedor paga com sua própria alma por ter abraçado o amor, e o desconhecido passa a ser o céu refletido em mar, um mar de conhecimento imorredouro, um suspiro poético, nada cético, porque ao adentrar este lugar tudo se vê pela luz do dia eterno. Buscam a paz onde não há paz, e a paz habita o cais instalado no próprio imo, mas precisa ir a finco no ínfimo do íntimo, pois é ali que ela sorri para ti. Não há contentamento no que é fugaz, porque aqui a alacridade é feito vento, quem vem acaricia a face, vai embora e nunca mais volta.

É o bem disfarçado, um blefe bem dado, mas àquele que não se contenta com o pouco é tido pelo mundo por louco, mas não é louco, é douto na busca do seu verdadeiro tesouro. E quanto mais se envolve com o que é perene, mais subsistirá no infinito, porque nada se ganha no grito, mas na luta, no desejo de ser, incontido e é neste sentido que devemos nos manter, firmes!

O plano é mudar de plano, do que um dia foi pó transformou-se na própria vida. Vem a hora em que se consome o que a terra come e só restará àquele que teve fome, de justiça, de reverter-se em vida e este terá sua recompensa, uma “rede e água fresca”, num lugar de êxtase, onde a paz e o amor estarão unidos e presentes, eternamente.

 

Patrícia Campos

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