Se a cautela estiver ausente este mar quieto se torna um limbo, sua mente se perde no tocar das ondas, cada gota salgada leva uma parte de sua sanidade, sem autocontrole corrói o tempo de uma vez, e tudo que antes parecia em equilíbrio, agora está beirando o caos. Uma fusão de sementes, florescem em qualquer estação, toda forma de sentir lhe exprime, como uma pressão atmosférica, as águas pesadas não lhe deixam flutuar e o raciocínio parece não funcionar, é um desconhecido que pode afogar qualquer um que não sabe se controlar. Alguns chamam de ansiedade, outros, depressão, alguns de felicidade e outros de ambição, um misto, miscigenação de sentimentos, uma raiz do pó que alastra por todo seu coração. Há de ter cuidado, mas quem escuta a prudência? Ela já perdeu seu reinado, e deixou tudo nas mãos da incompetência. Ninguém pode tirar uma alma do fundo do mar, ela se perde em seus devaneios e não consegue se libertar, a única mão forte que poderá encontrar será o reflexo dos céus, mas para isto precisaria deixa-lo entrar, mas quem abre o mar vermelho para a vida passar? Um vazio azul, um vento furioso, a vida canta de dentro, mas é silenciada pelos barulhos do tempo, seus ponteiros que não cessam, e seu desespero que alimenta este oceano é eterno e se prende nas ondas que se quebram logo na beira do pranto. Uma maré desconhecida, mas todos habitam nela, às vezes quando abaixa pode sentir um pouco a vida, mas logo quando volta para o profundo se esquece de que vive ainda, e tudo o que era simples acaba se tornando uma confusão, bem-vindos ao mar do coração.
Por Luiza Campos