Olhar altivo em um tempo perdido, novas bodas e mais precipícios, vida de um desconhecido, um oceano de resquícios. Reflexo nu de um corpo vazio, um rabisco tosco de um esboço frio, ninguém esconde sua nudez, quando encontrado em um espaço hostil. Suas águas cantam outros versos do que sua tez seria capaz de demonstrar, seus amantes concebem seus prazeres, mas deles mesmos não podem se sustentar, quando e como desistiria por não conseguir se libertar? Fraqueza de um coração, clichê, mas com razão, de muito vale uma boa intenção, mas pouco importa se não houver redenção, os céus vestiram a moça, e lhe honrara com todos seus adornos, a jovem emocionou-se com estas coisas, todavia até quando? Se perguntara sem retorno. A pobre donzela olhou para fora, mesmo com a aliança nos dedos, por isso os espinhos cobrem a rosa, sua beleza encanta, mas quem ousa toca-la sem medo? Já ouvi dizer que ninguém nasce mal, ou então com falta de caráter, mas como que o mundo inteiro se perdera nos disfarces? Já chega de meias palavras, mesmo esta sendo uma, enfim, meretrizes são as consciências, que vagam pelas ruas, e não há nem mesmo vestes para esconder suas vergonhas, já se despiram se vendendo nuas, meretrizes imperiosas, corações fracos, os lábios profanos desaguam palavras ardilosas, e suas flechas transpassam os peitos rasos. Longínqua vive íris, aquebrantou-se arco-íris, o que era ouro putrificou, teria como apodrecer o que Deus abençoou? Seus passos provam que sim, e seu campo conta sua desgraça, uma folha rabiscada, um olhar sem brio, e uma tola desgarrada. A beleza do concerto ficou na imaginação, já que o mundo resolveu andar por seu próprio julgamento, o tom se degradou na escuridão, perderam suas casas, sua paz, e seus tempos, agora andam como a moinha se move com o vento, perderam a hombridade, o caráter e o intento, enfim, quem poderia desvendar um coração sem constrangimento?
Por Luiza Campos