Secou-se o óleo das candeias fazendo com que esfriasse todo o calor da vida que ali havia, e os espelhos espalhados por toda parte já não manifestavam o valor do que realmente tem valor, mas enalteceram o que um dia foram notas e agora com a evolução passou a ser apenas dígitos enclausurados em programas que possuem códigos secretos, onde são vistos apenas por aqueles que querem guardar o que não se pode, o que sentem ser. Porque aqui se é o que se tem, dizem eles, distanciando-se cada vez mais do verdadeiro ser. O ter é mais atrativo, o ser é o espelho do que é sentido. Como algo irreal e não visto pode ter tanto valor? Há quem seja invisível aos olhos nus, mas que é a preciosidade eterna, o qual ficou totalmente esquecido nos escombros das almas. O protagonista perpétuo não perde seu papel, Ele escreveu todo o script, mas os coadjuvantes individualmente quiseram contracenar com o antagonista, julgaram-no primordial em suas cenas medíocres, sentiram seu poder de perto e desejaram estar em seu lugar.
É, realmente estamos diante o antagonista daquele que criou tudo e todos, o verdadeiro antagonista. Há quem saiba discernir tamanha sabedoria, no entanto, há quem menospreza a riqueza perene e subestime seu valor, levantando a cabeça da ambição colocando-a como rainha em seus tronos eternos. Quão triste é esta trama, um drama na lama, um coma em sua cama. Pobres enriquecidos, serão esquecidos em seus vazios. Não conseguem dimensionar o tamanho das suas dores infindáveis porque hoje tentam comprar seus sorrisos mascarados de felicidade.
O antagonista segue firme, acorrentando seus seguidores sem mover um passo, atraindo-os cada vez mais como os encantadores das serpentes.
Por Patrícia Campos