O batucar da vida XII

Ouvi sua voz em meu coração, quase indistinguível com o seu batucar, mas ao pulsar sinto sua cor, aflorando carmesim vivo nos laços da vida. Ouço a metáfora, que canta por todo meu corpo, correndo por minhas veias, enchendo meus pulmões, abraço esta sensação que me transborda, transbordando ti em cada canto de mim. Aprender a viver da forma mais viva que há, estar imersa sem medo de se afogar, a tez daquele que me segura tilinta em qualquer lugar, sua presença é o todo que acolhe quem se entregar. Um segredo muito exposto, um silêncio muito claro, sua luz lumia primavera, e seu campo floresce beleza em tela, quem se agarra a liberdade escuta sua orquestra, regida pelo azul que abraça toda terra, que o pranto venha de alegria, para banhar a plantação e soar boa colheita, causa e efeito, mas neste caso o efeito é viver e a causa é a vida. Meu olhar reflete tamanha formosura, de um canto que carrega sua magnitude, o peso de sua importância é um julgo leve para o coração, carregando o infinito, mas sem gravidade, pairando pelos céus, abraçada pelo riso da verdade. Eu Sou quem me contou, pois Eu Sou sua casa, aconcheguei-me e revirou, o livre-arbítrio concedeu-me asas. Para entender seu palpitar é preciso calar, mas as correntes insistem em ranger, os nós apertam e seus ouvidos chiam, mas cala-se e entenda, o que machuca é o que te prende, porém o que te torna cativa se a chave está em suas mãos? Escolhas rabiscam o que deveria ser arte, guia-me Senhor que de ti farei parte, arco-íris vive em meu anelar, fiz-me destra e lapidando-me serei também sua metade.

 

Por Luiza Campos

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