Enquanto os ponteiros passeiam, o universo no interno se assenta, se acomoda em resiliência. A bigorna que não cessa em batidas repetitivas, perceptivas, distintas e assertivas. A solidão que se faz amigável, nos faz unir a solitude, onde viajamos no tempo e vemos o quanto perdemos em nos perder, com um tempo perdido, e a recuperação que vem de forma lúcida, uma busca lúdica, uma impulsão espontânea, onde você sabe que é você por você, porque mesmo que hajam braços para te puxar, na tentativa de te levantar, quem precisa te ajudar primeiro, é você. Então sua voz parece buscar o caminho certo para te guiar em retidão, o melhor diálogo é aquele que se faz consigo, onde se investiga o conselho do alto, destrinchando-o de maneira sábia para que o amor lhe vença. Enquanto teu ego não for posto por baixo dos teus pés, porque é ali o seu lugar, de nada vale ouvir-te. Há em nós duas vozes, uma que nos eleva e outra que nos derruba, e somos nós que atentamos àquela que nos vence, mas é preciso saber ouvir e distinguir o som que toca o céu, porque o pó é música de uma nota só, dó, e te deixa assim, no fundo do poço sem água, triste esboço. Ainda assim, há tempo para regenerar-se e prosseguir com o objetivo de continuar, feito reticências na eternidade, viva, só depende de você!
Por Patrícia Campos