Profundo esse tema não é? Parece um nível inatingível, uma coisa inalcançável, um mergulho que requer mais e mais oxigênio e mesmo conseguindo respirar dentro do seu mar, o fôlego lhe falta e é preciso submergir para se fortificar e depois retornar as próprias funduras para esquadrinhar até o que achamos aparentemente não termos, mas o achar para mim não significa nada, não vivo de achar isso ou aquilo, eu preciso ter certeza, enxergar a coisa para eu poder lutar contra ela, não tenho medo de ver o que ainda sou, medo tenho, de não ver o que precisa ser visto e cair no inferno, não temo as palavras e não me escondo delas, posso senti-las perfurando meu coração, mas cair, não! Onde estaria firmada se encho a boca dizendo: a minha base é a rocha de Deus, não condiziria, estaria vivendo uma mentira criada. Depois de muito tempo eu aprendi a não bater boca com Deus, a não me espernear por ouvir a verdade, a não contender com as palavras, bater de frente, antes ouço calada e mesmo achando alguma coisa, procuro me atentar para não me levantar pelo diabo, analiso, penso e mesmo ainda não enxergando a coisa, eu sei que Deus fará eu ver o que Ele está me dizendo, porque sei que se preciso for, a minha cara será esfregada na merda para eu mesma sentir o odor que cheira mal nas narinas do Senhor. Vergonha de ouvir a Deus, não! Vergonha maior seria se Deus não visse mais graça na minha consciência, aí sim, a nudez e vergonha carregava por toda eternidade, pois quer vergonha maior que perder o Cristo de Deus, a veste celestial, a roupagem da vida? O que nos acontece é pequeno diante a tragédia da perda do espírito, nosso senhor, a nossa vida, não importa quem está longe ou perto, o senhor está dentro de cada um e seu dedo cutuca, sua voz bate, sua espada fere, seu silêncio condena, seu desprezo cala, por isto abaixo meus olhos em sinal de respeito, porque sei que é Deus, meu Criador quem está diante de mim me moldando, pois o profundo do profundo da minha consciência é onde devo chegar para minha liberdade encontrar.
Por Maria Lúcia