Caminho noturno, sem a luz da claridade, um noturno obscuro, luar com o reflexo solar, um breu, sozinho, como pode andar nesse caminho, caminhando pelo caminho que o reflexo é mostrado, andando no escuro buscando a luz, cego, agindo por instinto animal, um tolo carnal, sentindo estar no caminho da luz, indo contra o raiar, se contenta buscando algo sem luz, sem vida, não encontra a saída? Um simples trocar de rota, mas seus pés estão enraizados desde sua chegada, como pode cortar essas raízes na maior frieza? Melhor continuar na busca do reflexo? Sem soluções para sua perdição, prefere crer que essa falsa luz é a salvação, e novamente se perde, joga sua fé ao luar, cada estação uma nova declaração, deve se amar esse caminho turvo para se confortar, afaste-se deste mal, esse não é o verdadeiro raio solar, está perdido, perdido em suas ilusões, fantasias, desejos, afogado na mágoa, buscando se alegrar com seu fim sem um raiar, colocando uma máscara com um sorriso de orelha a orelha, para quem olhar ter uma esperança que este caminho é o certo, mesmo com esta esperança, dentro de si é manifestado o desgosto pela sua escolha, basta se virar e ir contra essa multidão que busca a solidão, cada passo contra a luz se torna mais claro, essa luz aos poucos vai tirando sua remela, fazendo enxergar muito além do que podia se imaginar, decidido em continuar no caminho da luz, não do reflexo da luz, mas da luz que clareia sua alma, pode suportar o brilho? Mostra seu amor que nada te impedirá de enxergar a glória, um de uma multidão pode ir contra, mas você está buscando qual luz? Em qual multidão você está? Qual máscara que esconde sua fera? Um sorriso cativante, um olhar intrigante, simpático, mas quando é voltado para dentro de si, é encontrado o verdadeiro mal, um caos, como pode demonstrar algo tão distinto de seu verdadeiro eu, uma doença será? Me diga, quem é você? E se pergunte, você é quem tanto parece ser?
Por Luiz Gustavo