Ouvi seu soar, e perguntei-me, quem está aqui? Estranho é pensar que às vezes não nos entendemos, não enxergamos, ou apenas não queremos. Sou grandeza, imensa em meu universo, o infinito habita em meu peito e ainda não mergulhei o suficiente, sinto a vida, vejo sua ação, ela corre em minhas veias e pulsa em meu coração, peço para que me guie, e instrua minha direção, eleve meus pensamentos e abra minha visão.
Oh! Senhor, querido meu, sou casa, sou lar, meu coração é seu, clamo por sua luz, por suas asas, por seu amar, para que me banhe nas ondas do mar. Quem está aí? Quem está aqui? Não mergulhamos nem em nós mesmos, como conhecer quem está por detrás das sombras de um coração? Somos espelhos, e falamos pela ação, meu abissal canta em silêncio, e muitas vezes o senhor chama meu nome para prestar atenção, e assobia como passarinho dizendo: venha para mim, e transpareça como água cristalina, um livro aberto não tem medo do fim, sabe seu rastro e sua sina. Mesmo que aos cacos tomarei cada pedaço, para que por fim me torne completa, não tem como entender um quadro quebrado, ou ser livre dentro da cela, há de voar como pássaro para entender sua tela. Vasculho-me para me encontrar, devo estar em algum lugar, sei as partes que me foram mostradas, mas sei que há mais para desvendar. O tempo conta parado, e seus ponteiros sempre correndo, caiu do céu o que precisava ser mostrado, às vezes é só calar o mundo para entender o ponto indecifrável. Não somos aquilo que queremos ser, entretanto, há como um dia vir a resplandecer, sonhar ser alma perfeita é grandioso, mas o que importa é fazer, no entanto falar é importante, mas o que diz, condiz com você? No fim sempre me pergunto, quem está aqui? Tenho que atentar-me, para poder porvir.
Por Luiza Campos