Sentimentos

Mar sentido no imo, altera o destino, traça novo caminho, e no fim sobra o vazio. Intertido no quintal corre por entre as flores, seu abissal, raízes de suas dores. Parece inofensivo diante a beleza dos olhos apenas o instinto pesando os ombros seus opróbrios. São laços irreparáveis que trazem o anoitecer eterno, sem lua, paixões imperdoáveis no interno, deixando a alma nua. Entre cinco sentidos perde-se o sentido encadeia-se as correntes invisíveis, ligamento aparentemente compreendido à quem falta discernimento criando laços impossíveis. Vem a hora que deita o pó, quebra a vidraça, não há como juntar seus cacos, restando apenas uma alma estilhaçada. Lembro-me de uma frase clichê, enquanto há vida há esperança. É preciso reconhecer, reverter, concentrar, manter-se em perseverança. Enxergar a ação da vida, que pulsa, que grita, ouvir a voz da sabedoria, juntar-se a aliança partida. Mudar de lado os sentidos, atar-se ao mediador, aquietar seus conflitos, arrancar o espinho da dor, que fere de forma lenta, que traz o ardor do fogo, vê-se caindo em câmera lenta, sem o alimento do bico do corvo.

Por isto é preciso ampliar-se e direcionar seus sentimentos, manter o domínio, apoderar-se, pegar as rédeas do animal sedento, com sede de compreensão tentando mudar seu caminho, o qual foi mapeado no coração, na busca de um tesouro perdido. Há de ter fusão entre o eterno e o coração, espírito e alma, sentimento de eterna duração, tudo já está em sua palma. O livre arbítrio demonstra o exemplo da intenção, tu escolhes o caminho, e em seu fim há de ter com a luz ou ter com a escuridão. O sentimento é haste que liga a consciência a existência, a tua escolha faz parte de uma eternidade em transparência. São teus pés que trilham o caminho e não há como culpar alguém pela má escolha, atente-se e não crie sentimentos vazios, lute, encontre em si tua força.

 

Patricia Campos

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