Sertão da alma

Uma terra tão distante

Longe da vida e seu manancial

Solo arenoso angustiante

Colheita de frutos do mal

 

O que era para ser fértil

Cultivada para plantar o bem

Tornou-se como ventre estéril

Ensurdeceu-se para a voz do além

 

Consciência, mãe da vida

Filho eterno deveria gerar

Tua sabedoria seria infinda

E tua alma seria salutar

 

Sertão da alma

Receba as chuvas celestes

Ouça ao Senhor Deus e coloque-se em Sua palma

Para tornar-se passado teu estado agreste

 

As palavras advindas do céu

São como fontes torrenciais

Seja remédio amargo ou doce como o mel

São benditas para nossa alma e essenciais

 

São por elas que aniquilamos o velho ser

Trazendo o renovo se em suas águas puras mergulharmos

Necessário é pelo espírito resplandecer

Pois pela carne iremos naufragarmos

 

Ainda estamos dentro do tempo

Com tudo a mão para cultivarmos

Tudo que precisamos já está dentro

Semente da vida para plantarmos

 

Sertão da alma

Receba as chuvas celestes

Ouça ao Senhor Deus e coloque-se em Sua palma

Para tornar-se passado teu estado agreste

 

Por Michele Mi