Num piscar de olhos e ele já não se abriu mais, não viu nem sentiu que aquele era seu momento, o momento sublime para os sábios e trágico para os tolos. De qualquer forma chega, sorrateiro, onde os ponteiros brincam de estátua. Quem pode contar este tempo? Quem o pode manter? Agora chegou o momento e, só um momento, o que será agora? Talvez quem tem a resposta provavelmente se encontrou com a saída, talvez não, talvez só tinha a resposta e agora adentrou seu momento de ver tamanha ilusão. Um momento que não terá fim.
De um lado a liberdade sorri e acena como um mordomo gentil o qual recebe uma alma da forma mais cordial possível , então a segurança te pega pelas mãos e te leva até sua eternidade lhe assegurando dos seus direitos por ter sido fiel às suas origens desde a primeira fase, sempre andando lado a lado com a vida. Do outro lado, que lado? Sem lado, enclausurado com o vazio em uma caixa com paredes invisíveis, numa casa muito sem graça, sem teto, sem nada, ninguém pode entrar por ela não, porque esta casa não tem mais chão, não mais se ouve ali os batimentos do coração. Música triste! Uma pausa por um momento, eterno! Então não há pausa, nem é um momento, mas é eterno.
Pare por um momento agora, reflita a tempo, antes que o tempo vá embora e não haja mais o momento do arrependimento, de encontrar-se com a eterna aurora, onde o dia será o condimento que temperará sua alma com tanto entendimento, portanto, não se iluda, não deixe que a noite chegue e te pegue sonhando lá fora, porque a ilusão desnuda a alma deixando-a sentir o frio dos ventos que a carregam para longe da sabedoria.
Por Patrícia Campos