Nem sempre as portas estão abertas, mas quando estão o sol sempre parece um convite para que fique, que deixe as portas escancaradas para que a manhã entre em sua casa, resplandeça em seus móveis e se assente em seu tapete, com seus raios laranjas e sua paz inerente, tão sua como sempre fora, paz, calmaria, dança pela maré e pela brisa. Portal ocular, vive nas íris de sua alma, na cor de seus dias, portal vivo, ao abri-lo, abre também todo seu coração, por isso muito teme que seja luz, pois luz significa mostrar, e mostrar muitas vezes é demasiado para o que pode oferecer, e se não é quem é, o que pode oferecer? Volto mais uma vez ao início, quando o conto era mais leve e sua linha mais sútil, pois toda a grandiosidade estelar merece isto, a mais pura leveza de sua veracidade, porque em todo canto seu canto é suave, terno, casto, acalma o oceano, atenua a tempestade, e seca o pranto, por isso deixe a porta aberta para que a vida adentre, floresça em sua história e a torne melhor, muito melhor do que espera, do que quer e do que imagina para si. Solte as rédeas de sua iminente queda, deixe que o anjo lhe carregue com suas asas, o abismo não precisa ser o fim, mas o começo, saltar do solo firme para a liberdade do vento, sentindo o ar em sua tez, a velocidade bagunçando seus cabelos, e a leveza de estar flutuando com a sabedoria divina, deixe-se nas mãos celestes, e abra-se para ele que tudo se encaixará, pois nesta história sem fim a moral que importará, qual irá querer contar?
Por Luiza
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