Além da dor e da mágoa, do toque e do cheiro, além do que me cerca e do que vejo, além de tudo e de todos, de cada laço e de cada indouto, temos a eternidade bailando, só aguardando, com calma e paciência sua hora de se revelar. Não será com esses olhos mortais que verá, por mais que muito contemplam, é verdade, mas não chega nem perto de ser tudo o que a liberdade tem a oferecer, a lhe conceder, que mesmo de olhos fechados a imensidão consegue preencher cada poro de seu ser, cada canto e cada tom, consegue lhe fazer sentir, lhe fazer entender, que nem tudo é preciso ver para crer. Então, sim, há muito mais do que vemos, há muito mais do que sabemos, e que pode estar em nosso coração, tão, mas tão perto, que nunca imaginou, batucando nos olhos e correndo nas veias, aquecendo sua casa, alimentando sua candeia, além, muito além, de tudo o que alcançou, além, muito além, de tudo o que esperou. Não espere o óbvio, pois a lógica de sua sabedoria dança com a felicidade, espere a grandiosidade, mas não dê nomes e nem títulos, apenas espere a verdade que ela se mostrará, sem muita pompa, sem demora, pois é na simplicidade que toda essa vastidão se encontra, se abriga e se deixa, aguardando que um dia o além se aproxime de algum coração contrito, e consiga tocar sua tez com seu ombro amigo, oferecendo a beleza imensurável que tens, para quando a areia cair e o mundo ruir poderá ver, que o além é mais além do que esperava ter.

Por Luiza

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