No meio dos escombros

Caída no meio dos escombros a alma não sabe onde se apoiar, sofre o dano e fica em silêncio, porque a compreensão passa de largo, briga com seus próprios sentimentos, eles sãos seus maiores vilões, cumpre dentro de si próprio a sentença e só se ouve as batidas das correntes no chão. Olha o que restou, daquilo que um dia você se apoiou, não ficou nada erguido, mas tudo pelo tempo foi destruído. Se pudesse voltar no tempo, talvez poderia corrigir, mas ele corre e não volta atrás agora você tem que prosseguir, será que suportará o fardo ou será que jogará a toalha? Os ponteiros correm e logo acabará a sua caminhada, e neste entremeio de tempo o que plantou para poder colher e o que buscou? Tudo isto se deve avaliar, olhar com seriedade o que deve mudar, porque a vida nos dá a oportunidade de nos tornarmos diligentes, mas saiba que ela é íntegra e nos julgará conforme a lei severamente.

No meio dos nossos escombros, está o espírito que ouve e vê a tudo calado, esperando da consciência uma reação sábia a favor da vida, para que assim comece também a tirar de si os escombros da confusão, pois nada ficou no lugar e tudo foi reduzido aos cacos, e se tentarmos junta-los desta forma, seremos na verdade um mosaico, como um aglomerado de sentimentos bem coloridos, unidos pela mesma massa, contudo sem nenhum sentido, de ter todos esses cacos coloridos e cair no abismo. Agora somos nós que temos que entrar na fornalha para eliminar todos esses cacos, pois só em alta temperatura eles vão derreter para que no meio das cinzas surja um novo ser.

 

Somando as luzes

Por Ítalo e Lauro