Enganam-se aqueles que dão tempo ao tempo que têm, quando na verdade não há tempo para ninguém, o que temos é o agora, o momento em que vivemos, este temos, e neste podemos agir, mudar, transformar. Deixar o passado correr para longe, pois onde quer que chegue não é mais seu lugar, deixar que o futuro permaneça desconhecido e encoberto, pois onde quer que esteja, ele ainda não é o tempo que carrega, ganhar o presente com os braços abertos e os olhos atentos, para que o passado não seja mais doloroso e o futuro venha ser escrito por um poeta. Permitir-se, permitir-se viver, para libertar-se, e alcançar a vida com um sorriso na tez e os olhos incandescentes, aproveitando com clareza o tempo que lhe tem, e deixando-o fazer bom proveito, pois entregou-se para as asas dos céus e permitiu-se ir além, deixou que o amanhã se resolvesse sozinho e que o passado permanecesse quieto, e agiu, simples e candente, vivo e sobrevivente, em guerra, mas na paz de sua mente, livre, livre por ser e ter a vida, por ter se aliado ao que respira, inspira, expira, preenche, enche de sabedoria, dia após dia, pois és vida. Não há tempo a perder, pois não temos tempo a gastar, temos a espada nas mãos e uma guerra para travar, o que mais espera, sentado deste lado, olhando e lamentando por seu estado? É o tempo que temos, o hoje, o agora e o resto é o resto que não nos é designado.
Por Luiza


