Zona de conforto

Acomodado nos próprios erros

Assentado sobre a base efêmera

Não move sequer um só dedo

Para mudar e obter a vida eterna e plena

 

Costumes e comportamentos

Advindos do velho ser

Cauterizam trazendo tormentos

Não deixando o novo florescer

 

Para quê transformar, se assim está bom?

Pensamento este de uma alma fechada

Difícil curar a visão tornando-se são

Afim de ampliar-se para fazer-se morada

 

Zona de conforto

Casa alma no comodismo

Apoiada num sujeito morto

Não crê no braço do Altíssimo

 

Achismo de estar bem

Porto seguro em mísero pó

Cifrão faz da alma refém

Empobrece o coração e laça um nó

 

Ancorar-se na base da vida

Libertaria a consciência de todos os medos

Edificando-a com sabedoria

Escrevendo no âmago novo enredo

 

Lume perene permearia

Pelas frestas de cada janela

Unificando-se em simetria

Dando vida às cores da aquarela

 

Zona de conforto

Casa alma no comodismo

Apoiada num sujeito morto

Não crê no braço do Altíssimo

 

Por Michele

Tema sugerido por Ítalo Reis