Desacreditaram do certo e valorizaram o incerto, preferindo andar em corda bamba até que um dia este corpo caia e só depois verão o engano sendo desvendado num lugar triste e opaco, onde a solidão será a música tocada dentro do campo consciência, porque não haverá ouvidos para ouvi-la somente o tom da carpideira de uma nota só. Dentro do espaço do tempo estipulado para que o espelho alma pudesse manifestar a vida infelizmente deu cabo a própria vida descredibilizando-a de forma inconsequente e também inconsciente, porque o que era para raciocinar para o seu próprio bem preferiu não fazer questão daquilo que seria além, depois do fim. Porque há um fim, o fim de ganhar, de ter, de ser, de poder, mas ainda assim segue, porque se não for com a vida depois do fim será o início da perda, do não ter, do não ser, de não poder. A verdade no mundo dos tolos foi descredibilizada, depreciaram a vida de forma tola e errada, julgando não precisar dela, ela não é a cinderela, mas na sua hora ela vai embora e não deixará rastros como um simples sapato e você não saberá onde e nem terá como encontrá-la. Um desdém que te põe de refém, porque a culpa é tua por não valorizar a vida que lhe foi dada, gratuita de mãos beijadas. Àquele que desprestigiou o que um dia contigo andou, lado a lado esperando ser espelhado, mas que foi ignorado e trocado por algo tão inútil e fracassado, porque o pó é valorizado estranhamente, mas um dia assim de repente só sobrará tua mente que por tanto tempo se enganou e viu que àquilo que valorizou fora embora e lhe deixou, vazio, sem brio e com frio.

Por Patrícia Campos

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