Impossível falarmos de dor sem remetermos à memória aquilo que nos deixou marcas, afinal estão gravadas em nós e as cicatrizes nos fazem lembrar. Certamente que, ao olharmos o nosso externo iremos nos deparar com alguma cicatriz e obviamente o motivo que nos levou a tê-la, seja por alguma peripécia enquanto criança ou por algum procedimento médico ou ainda um acidente, sem contar os sulcos cravados na face que imprimem a cicatriz do tempo e da vivência, dores aparentes, reveladas. Porém, há dores que estão lá, escondidas no recôndito do ser, das quais muitas até mesmo o seu próprio portador desconhece. São dores emocionais, que deixam marcas profundas e que influenciam o modo de agirmos e de nos, relacionarmos. É uma prisão interna, uma ferida que não cicatriza, que sangra, sangra, sangra… criando sulcos profundos, que revelam comportamentos destrutivos, dores que não estiveram sempre lá, mas foram brotando a medida que nos envolvíamos com os devastadores sentimentos carnais, obviamente que fomos nós que nos deixamos ser conduzidos por eles, tanto por falta de conhecimento de nós mesmos, por nossos próprios desejos, bem como por estarmos fora da função à nós atribuída, portanto fora da vontade de Deus. Entretanto, estamos dentro de um propósito, fazemos parte dele ativamente e agora conhecedores, devemos reprovar tais dores, não ignorá-las, mas admiti-las no intuito de buscarmos nos relacionarmos com a cura, tomando o remédio, ainda que em conta gotas porém eficaz, cujo qual está no senhor, e isso depende do enfrentamento de nós mesmos, o que exige coragem e disposição para a mudança, pois “Ele cura os quebrantados de coração e lhes ata a ferida”, mas para tanto depende do querer, da entrega, do quanto a renovação e a transformação da consciência é priori para que uma nova vida surja e com ela a eternidade com vida.
Por Lo Xavier
Tema sugerido por Régis