Muitos se inspiram nas formas que a vida tem, mas poucos encontram a vida e se inspiram em sua verdadeira tez, porém qual tez teria a vida? Várias formas, mas nenhuma essência, extrair o perfume da rosa requer paciência, ninguém conhece o infinito com pouco tempo de existência, para conhecer a vida é preciso viver com toda ciência, desta forma a veria, como é, e se inspiraria de fato no que é, quem é, a vida, em suas formas e inspirações mais lindas, pois em todo canto e em cada respirar a temos, pairando por nossa mente e rodopiando por nossos olhos.

A inspiração de todo ser, deveria, ser a vida, mas foco no deveria, pois é certo que nunca fora, uma fábula contada por poetas, mas que também se perderam em suas belas rimas, não encontram de fato seus rostos, não conhecem seus corpos, vivem pelo morto como se fosse certo, e andam pelos vales sombrios com sentimentos mortos. Veem beleza, é claro, pois tudo o que compõe este mundo é belo, cada toque grandioso do Eu Sou, mas ninguém se faz, desta forma ficam apenas no admirar de longe, uma luz difusa, com capacidade suficiente para lumiar todo seu infinito, cada parte mais ínfima, cada breu escondido, poderia ser trazido a luz, se assim permitisse. Se deixasse a fonte jorrar, mergulharia em cada gotícula de seu mar, entenderia cada célula que compõe toda esta história, mas por estancar a água que escorre depressa, sem pressa, perde a cor, o brio e deixa para trás a inspiração que nunca cessa, mas que não a tocará mais, por ter se fechado para a grandiosidade e para tanta beleza que lhe cerca.

Por Luiza

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