Por mais que a ação seja nítida em cada um, a vida não mora em todos. Têm a vida, mas não a possui, é meio contraditório, difícil de explicar, mas para quem explicar, se não há interesse pela vida? Falar poeticamente sobre o propósito de estarmos neste mundo é complicado, porque cada um só vê seu próprio lado, como se não houvesse outro. Em si há dois lados, o de dentro e o de fora, em tudo se têm dois lados, e só ouvem seu próprio lado. Todos julgam estarem certos, mas o que é estar certo se não está de acordo com o que se deve? O egocentrismo dança livremente no salão da consciência, e ela permite esta dança, se envolve com o ritmo do engano julgando não estar enganada. Um contexto sem nexo, um espelho sem reflexo, porque não há o que refletir na escuridão. Então eu olho para todos os lados e vejo o pó caminhando de um lado para outro, buscando o que nem sabem, ganhando o que nunca terão, uma direção sem sentido, dentro de um olhar perdido, para o infinito, na busca de encontrar um abrigo. E a porção da vida vai de acordo com seus passos, sendo que deveria ser o contrário, seus passos é quem deveriam seguir a vida, porque um dia haverá uma despedida, e ela não lhe avisa, apenas sai de cena deixando sua alma tão pequena à deriva, sem vida!
Por Patrícia Campos