Eternizado em rosa e laranja, entre o degradê da penumbra para a esperança, quando nasce um novo hoje e o passado se torna lembrança. Encontra-se no horizonte, onde todos olham e desejam, nos braços da paz, nos veios da vida, pois está em tela viva, admirando o nascer de um novo dia. Imagine se os raios nascentes se estendesse pela eternidade, abraçando o calor do solo para uma nova fase, quando os pássaros voltam a cantar, os campos desabrocham novamente, as árvores começam a dançar com o alcance da luz em suas folhas, passeiam pelas brechas verdes, e tocam a tez com arte pura. Leveza paira neste momento, como se fosse único, pois de fato é, cada gota um novo conto, cada traço um novo esboço, seus olhos podem fazer parte deste canto, se for tão casto como é louco, a insanidade vai dando lugar a calmaria, sendo remédio para coração angustiado, pois quem vivendo em mesquinharia, não desejaria um pouco do afago?
Para tudo somos capazes, mas se deixar com o tempo nunca irá acabar a tempestade, estar com o verbo na mão assusta, porém o que traz o arco-íris é o fim da chuva, é preciso mudar a estação, girar o mundo para encontrar o sol na rotação, nada colhe se não houver plantação, e nada tem senão buscar de coração. A vida já nos foi dada, o anjo dos céus já espera sua alma, mas se deixar nos becos é uma faca afiada, presa na garganta esperando que caia. Agora, aqui nesta vastidão, observo a vida e seu encanto, no céu, no dia, na libertação, que rui o breu e traz luminescência, para o que já fora escuridão, um amanhecer eterno nos dizeres do coração.
Por Luiza Campos