Aprender com o silêncio

Às vezes falamos muitas coisas no silêncio e também escutamos diversas, é só saber aquietar-se, aprender a calar-se e prestar atenção. Em que exatamente? Bom, em tudo, tudo que nos diz e nos ensina, sem palavras, mas que se ouve, que se sente, no balançar das árvores e no envolver das ondas crescentes, tudo se encaixa e se cria, ensina e se refaz, no coração do silêncio, nos vales da paz. Precisamos aprender a valorizar a solidão, que se desmonta e se deita no colo da solitude, aos poucos a beleza das imensidões não ditas acalentarão o coração, trará ao peito incompleto o sentimento de completude, se preenchendo de gota em gota, se construindo, de caco em caco, se esperando e se espelhando, mesmo que por hora, ainda esteja aos pedaços, mas que em algum momento se encontrará por inteiro. O que mais me maravilha com o silêncio é a capacidade de se inspirar com o mesmo, por mais que pouco parece ter muito se pode tocar, pois quanto mais longe da confusão externa, mais perto está de sair das sombras da triste caverna, e ver-se de fato, como é, sem máscaras ou retalhos, mas da cabeça aos pés, e a fonte que parecia ter secado, mostra que nunca deixou de jorrar, que as palavras só estavam escondidas em pequenas coisas que não podemos escutar. Disso que precisava, do silêncio e da vida, para entender seus mandamentos, e me banhar em sua sabedoria, isto que buscava, o calor do sol e sentir a brisa, pois muito correm os dias, e às vezes nos esquecemos que o Senhor sempre fala, porém apenas a confusão de sua alma que o cala.

 

Por Luiza