Um campo infinito onde a esperança era que brotasse a vida, de forma leve, dentro das leis. Uma grande expectativa de que se eternizasse, de que pudesse ser contado sua história de geração em geração, que pudesse ser conhecido entre os grandes eternos por se destacar, e ser denominado como o “campo onde se brota o bem”, onde suas flores trariam alegria pelo caminho, onde quem o adentrasse tivesse prazer em poder estar ali, em poder contemplar sua beleza a ponto de ser refletido em cada olhar que o pudesse enxergar, mas não foi assim que aconteceu, suas flores eram rosas negras em tão pouca quantidade assim como seus sonhos pequenos, espécie nativa, endêmica, cada uma delas eram adornadas por tristes espinhos inclinados ao seu chão o qual desenhava àquela caatinga, lugar que implorava por águas torrenciais e que, quando o céu lhe ouvia e lhe mandava algo para que pudesse lhe refrescar não sabia como receber tais águas benditas, e seu solo árido não deixava penetrar aquela benção do céu por sua insensata solidez, lhe deixando estéril à mercê do anonimato. Naquele lugar não haviam cores, porque o que poderia lhe colorir não se dava lugar de estadia, nem mesmo lhe servia de passagem. Era triste de se ver, sua perda de hábitat era constante, não servia de morada. O que era para ser um caminho para a vida, tornou-se um caminho infértil, um campo hostil, sem clima, sem rima, lugar onde nada procria, uma terra vazia e sombria, sem vida ativa, foi só o que foi e depois nada foi, e assim chegou o seu fim, sem continuidade, sem começo, sem meio e sem fim, e o nada brotou ali.
Por Patrícia Campos
Tema sugerido por Jeane