Cantando a liberdade

Antes um passarinho triste que caiu do seu ninho, foi arrastado pela fúria da tempestade, onde esta a deixou desmaiado, largado, ferido, doente, meio sem rumo, perdido nos destroços dos voos rasos que lhe trouxe a despedaçar as asas, rachou o bico e ficou perambulando pela cidade destruída. O ferimento foi grave, profundo, doído, no olhar a tristeza habitava, as lágrimas que rolavam no rosto pediam socorro, me via sozinha, abandonada, sofrendo no canto do muro das minhas lamentações, mas alguém me estendeu suas mãos, pegou-me no colo e cuidou de minhas asas quebradas, me deu ânimo, remédio e o tempo parecia não passar para minhas asas curar, fiquei de molho por um bom tempo até poder voltar a voar, a cantar, foi uma reabilitação dura, onde por fora parecia tudo bem, mas por dentro tudo sangrava. Levantei-me e reagi para o tempo que perdi, que feri, que me perdi, voltei a caminhar e a sonhar, criei forças para brotar, fiquei forte para crescer e fortificar e assim foi diminuindo minhas dores e hoje voltei a beira mar, a sentir a brisa do ar, o vento a me abraçar, agora canto a melodia da vida com o bico restaurado, voo com as asas sendo fortificadas, nada mais me cala, nada mais quebra minhas asas, nada mais me engana, agora canto para vida como a andorinha canta ao céu, agora sou o que nunca fui, quero ser livre, feliz no verdadeiro prazer que me faz amar e viver, a liberdade me chama para bailar no compasso da paz, da harmonia, as fronteiras me chamam para cruzar a linha do além, não quero saber de troco, quero ser feliz junto com os meus no paraíso, minhas asas estão sendo moldadas e ninguém irá poda-las, pois voo alto, muito acima da altitude do mar e canto a liberdade para as lindas flores desabrocharem….

Por Maria Lúcia