A dor nem sempre é inesperada, às vezes é até mesmo programada, plantada e cultivada, dentro do peito, no fundo da alma, mas quem aceitaria que construiu sua própria desolação? Ruínas muito bem moldadas, foram zeladas, erguidas, quebradas, foram as consequências, de suas escolhas e de seus atos, que de pouco em pouco, de passo a passo, foi se encolhendo, perdendo a força, perdendo o compasso, de um traço perdido em rabiscos rasos. Há momentos que não se pode evitar, problemas que nascem como ervas daninhas, mas há também os que são cuidados, os laços que não sabemos quando romperão, mas um dia irão romper, porém se moldam e se criam em histórias fantasiosas, que não são hoje, e não serão amanhã, escolhendo um rumo com final certo, a queda sendo aliada, o precipício sendo um abraço caloroso, e o chão o fim de sua jornada, tudo porque resolveu pular, sentir a dor de suas escolhas não parece lhe afagar, afinal, quem encontra afago na dor?
Podemos escolher ainda, porque temos o verbo em nossas mãos, mas um dia irá ruir, e este será o último verbo que terá, ruindo pela eternidade, se despedaçando, se desfazendo, se despetalando, um outono feio, sem cor, sem vida, sem plano, apenas seu estado, se degradando, pois escolheu, escolheu e escolheu, e escolheu o errado, de um conto fadado ao fracasso, pobre peito desolado, assolado, frustrado, além de cair em eterno sofrimento, precisa aceitar que foram frutos de seus atos.
Por Luiza
Tema sugerido por Jeane