Dói a tamanha falta de coragem, deixada aos pés do inimigo, ele, com o sorriso convencido, por esta guerra ter vencido. A honra deixada há muito tempo, a batalha já deu início estando perdida, confesso, a espada não era uma continuação do corpo, mas a condenação de seus membros. Jurou, jurou para si e para o desconhecido, mas no fim quebrou suas esperanças e suas promessas, jurou, batendo no peito, cantando ao vento sua voz tão conhecida, proclamando as palavras certas, mas, com as intenções erradas. Arruinou seu próprio coração, quem diria, quem diria que nunca seria, muito queria, mas pouco fazia, aos flagelos, sua história traçada por cacos no chão, não saberia dizer ao certo, porém antes, havia mais certeza em seu coração, mas agora, o que sobrou de si mesmo? Ninguém que se perdeu no vazio voltou para contar a história, perderam-se e perdem-se para sempre, e continuam se perdendo e se perdendo, até quando? Não há controle, se não controla nem a si quem dirá o destino de outrem, a vida é confusa para quem a fez ser assim, e para muitos ela é a própria confusão, pois usam do que é próprio do anjo para dançar com os bonecos de pano. Contadores de histórias, fábulas inventadas para trazer algum afago para seus olhos, mas nada trazem, nada conseguem com as ilusões, muito menos brio para suas feições, perdeu-se e deixou-se, e assim permanece. Há uma forma de sair deste conto cíclico, porém, para este fim, todos fecham os olhos, covardes embainhando suas lâminas cegas, protegendo-se atrás de seus medos, calando as vozes que insistem em ficar, fugindo de si, e de suas ruínas, pois há muito tempo começou a despedaçar, despetalar, um campo florido que começou a murchar, e como que esperando uma nova primavera, sentou-se no vasto campo e esperou florescer, mas não se deu conta de que o verde acinzentou, as pétalas se foram ao decorrer do tempo, o solo secou, e nada permaneceu, até mesmo calou-se o vento. Há conserto para uma alma quebrada? Pois deparou-se no espelho trincado, e percebeu que seu coração estava em flagelos.
Por Luiza
Tema Kátia


