Quem nunca ouviu uma canção sendo entoada por alguém desafinado, que levante a mão! Ou, nem precisamos estar ao lado do desafinado, pois às vezes somos o próprio! A hermenêutica da palavra desafinado nos diz: dissonante, desacorde, sem afinação, que está fora do tom, não afinado. Hoje, quero fazer uso da palavra desafinado para comparar a situação em que se encontram as consciências, totalmente dissonantes para com o propósito de Deus e em total consonância com a mentira, o que me faz lembrar de um tempo longínquo, ao qual o trecho de uma conhecida canção, a qual entoei por inúmeras vezes, expressa e diz: “Oh! Quão cego andei e perdido vaguei…”, de meus lábios só desafinos, sons de notas desencontradas, apenas lidas e em consequência não entendidas, canções desentoadas dos acordes da orquestra divina, sem cadência, sem ritmo, sem compasso, sem harmonia, denunciando um coração desalinhado, um instrumento longe da sintonia para com a música celeste. Mas em um dado momento “abri os olhos do meu coração” para ver a plenitude de quem sou e a grandiosidade do que posso ser, sarado foi o meu ouvir, agora ouço as canções do Criador, canções de vida e paz, declarações de amor presente em cada nota da melodia da razão do existir, cabe a mim executar os movimentos sinalizados pelo maestro Supremo, me render ao diapasão eterno, sincronizar e afinar o coração de modo a entoar a boa, agradável e perfeita canção da vida, sempre e eternamente!
Por Lo Xavier