Ecoar da melodia

Fechei meus olhos para poder me encontrar, questionei ao Criador sobre os enigmas escondidos em meu coração, pedi para que respondesse, mas não me atentei às respostas, então abri as janelas da alma e voltei para fora. Emiti minha curiosidade em tom, deixei que minha alma falasse, mas ela só me trazia perguntas, e vi que a curiosidade mata, mas a descoberta unida à vontade do verbo traz vida à quem deseja viver. Talvez meus dedos conseguissem mostrar os meus sentimentos, e o ecoar da melodia fosse um desabafo,  de quê adianta desabafar em segredo se não espelhar o desejo em ser, em viver a verdade, em buscá-la com sinceridade? Perguntar sim, faz parte, mas encontrar a resposta é libertar-se! Eu vejo o debater de um cisne à morte, o pó é o par de suas asas, e a dor de não encontrar as respostas formam seu pequeno mar, seu espelho se cala por não haver em sua boca a fala, mas falhas, alimenta-se então de migalhas e na face se pinta um quadro desfalecido e sem tato, denotando a falta dos seus sentidos, um poeta sem tino, clamando por socorro repentino nas notas de um simples piano.

 

Patrícia Campos