Saí por aí à procura de mim, e quanto mais me procurava do lado de fora mais perdida ficava, me perdia e me perdia de mim. Não sabia que eu estava dentro de mim mesma, então me buscava do lado de fora em lugares que jamais iria me encontrar, pelo contrário, eu ficava cada vez mais distante do meu eu. Percebi em determinado momento que era melhor eu parar de me procurar porque já havia ido em vários lugares e nunca me encontrei neles, então resolvi me fechar, foi quando percebi que, onde eu estava não havia dado nenhum passo para a largada para que eu pudesse cruzar a linha de chegada. Porque eu precisava pelo menos chegar até mim para poder saber o que fazer dali para frente, então consegui me encontrar mesmo me vendo perdida, já era um começo, só que agora teria que me restaurar porquê do jeito que estava não tinha condições de sair do lugar. No meu estado não encontrei nem mesmo a tal da luz no fim do túnel, mas havia uma faísca, e fui em direção a ela porque era tudo o que eu tinha para sair da escuridão onde me escondia. Aos poucos fui dando passos em direção a ela e percebia que vagarosamente aumentava a sua luz diante de mim, e eu não queria parar de caminhar em direção a ela. Com o passar do tempo ela começou a refletir cada vez mais no meu campo consciência e o seu raio de atuação foi aumentando dentro do meu campo, não encontrei somente a mim, mas encontrei a minha esperança, encontrei com a possibilidade de transformar o meu coração, e isto me deixou muito feliz, porque nem mesma eu acreditava que pudesse ter uma chance, mas esta faísca no fim do meu túnel me deu o prazer de sentir que a esperança é a última que morre e que ainda há chance para que eu possa me transformar.

Patrícia Campos 🌺

Tema Luiz