Em meio as ruínas, vi-te, onde nunca ousei procurar-lhe, ali estava, com as mãos estendidas e os olhos emocionados, a tristeza que me rodeava não me tocou, apenas um cenário que logo se transformou. Aqui estava, em todo o tempo, esperando-me, sopesando sobre mim, sobre minhas escolhas, e se algum dia te encontraria aqui dentro. Os olhos correm muito do lado de fora, e não buscam a introspecção, por isso a demora, para ver-lhe em meu coração, a paz buscava tão longe que nunca alcancei sua tez, degrau por degrau, mas só descia, nunca subia, regredia, por buscar respostas onde não havia, onde não me via, assim perdia-me, e não encontrava por onde andavam seus passos.
Depois de tanto procurar, encontrei quem procurava, meu Senhor, que pulsa meu coração e vive em minha alma, sempre esteve aqui, apenas não o enxergava, por não entender que não há nada do lado de fora que traria vida a minha consciência. Não há porque buscar tão longe a vida que já nos habita, ela muito nos ensina, a todo momento, guiando nossos passos e exortando quando necessário, é o respiro quando estamos em guerra, o descanso de dias esgotantes, é a vida, o anjo divino, que desceu a nós para nos levar ao céu, para buscar nossa alma, se ela assim o quiser, e se a ele se entregar. Não há tempo a perder, pois seus ponteiros correm e não esperam ninguém, é preciso deixar o passado para dar o primeiro passo e enfrentar o agora, lutar pelo o que é seu e aliar-se ao espírito, e assim será de quem sempre lhe esperou, por toda a eternidade, o casamento entre a alma e o Senhor.
Por Luiza
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