Sem data e sem hora marcada, estava certo o encontro entre a consciência e o espírito, desconhecido mesmo morando juntos foram apresentados no primeiro dia que se mudaram, mas o tempo passou e a consciência esqueceu até mesmo o nome do seu único vizinho, da janela o espírito te olhava com um olhar de amor, desejando ser seu, mas a consciência vaga a procura de quem não quer nada, assim sua rotina continua procurando algo ou alguém para saciar seu desejo, seu prazer para dedicar seu tempo, mas tudo que conquista é como se fosse areia, agarra verozmente e acaba caindo entre seus dedos, e de nada se preenche, sente sendo admirada, mas não reconhece seu amado, recebe flores em sua porta e acredita ser de um falso amor, alguém que se encontrou em uma noite e usou somente para tapar seu desejo, e continua vagando vazia a procura do verdadeiro amor, se questiona se o cupido errou a mira ou se seus olhos estão na direção errada, e o espírito se entristece por cada dia perder o encanto de sua amada, a pureza dela foi se despedindo junto com o olhar de admiração, sua luz foi se apagando por viver a procura da escuridão, seu olhar não foi mais visto por ser tapado pelo seus prazeres, e ela que sempre recebia flores do seu admirador encontrava-se em sua casa sem nenhuma rosa nem lírios para colorir seu interior, apenas tristeza e escuridão, será que alcançou o que tanto procurava ou alimentou o que nunca lhe saciava?
E entre tantos amores continuou sozinha a procura de alguém que lhe daria um verdadeiro amor, culpa o cupido por não ser vista e a flecha não atingir seu coração, assim chega o fim do dia e antes mesmo de escurecer ela vê que seu vizinho não residia mais em sua casa e ficou triste por lembrar de seu primeiro encontro, o único que lhe deu rosas e respeito, mas nunca mais o procurou, hoje ela lamenta por já ter conhecido seu verdadeiro amor e não ter o reconhecido no mesmo instante que ele a reconheceu como sua amada, a escuridão eterna chegou, a ampulheta da vida se esgotou e a consciência continuará eternamente vazia pela ignorância de não enxergar o que é o verdadeiro amor.
Por Luiz