Enlouquecida pelas suas falhas

Claro que enlouquece, se esquece e esvanece, de certa forma se entorpece, se despe e fica nua. As falhas não são raras nem rasas, são profundas na alma, adentram feito espadas, cortam e sangram. Embebeda como o vinho, cor de rosa cheia de espinhos, mascarada de beleza, traz dor a quem não possui destreza e dorme com a tristeza. Falta beleza, desprovido de qualquer riqueza, vive com a incerteza e assim dá as mãos a fraqueza, um estado de frieza, calculado com muita franqueza sabendo que sua proeza só lhe trouxe impureza.

Enlouqueceu-se, sim, suas falhas lhe deixaram louca, sua voz embargada e rouca, que conta suas mentiras de forma tão natural. Um abissal sombrio que abriga um coração frio, dentro de um peito vazio, e uma face sem brio. Caminha por suas próprias veredas, seus pés o medo enfrenta, teme a morte e clama por sorte, mas o trevo que fez dentro de si, não tem quatro folhas apenas dois lados o de dentro e o de fora e os dois vivem errados, estão naufragados neste cais que não se ancora a paz.

Quiçá pudesse mudar a direção do seu caminhar e então lhe trouxesse a sanidade para que pudesse libertar-se. Voltando ao seu estado original, como se tivesse sido formatada e pudesse voltar no ponto onde houve falhas, conseguindo assim consertar a si mesma.

 

Patrícia Campos 🌺

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