Cada um cala sua própria voz pelo receio das opiniões alheias, o insignificante se torna espada e penetra a alma da forma mais dolorosa, vai lhe definhando aos poucos, uma morte silenciosa, e não há quem a ouça. A possibilidade de liberdade tem chances infinitas desde que a vida ainda esteja em si. O poder se encontra na palma, mas o medo fecha a mão para que o poder não seja visto, porque àquele que o vê consegue transformar sua água em vinho. Quem sabe abra uma pequena brecha para que a luz penetre à alma, e clareie seu campo e os ventos tragam as sementes do bem para que sejam plantadas de forma natural. Porque nossa consciência é terra fértil e tudo o que se planta nela, nasce. Temos que ser atalaias de nós mesmos, cuidando para que nenhum pensamento ínfimo atinja nossa terra, porque esta deve se tornar sã. Ficamos entre o poder e o medo, sabemos que tudo depende de nós porque somos nós mesmos que escolhemos o que queremos ser e paralelamente o medo caminha ao nosso lado como um inimigo fiel, sempre querendo nos destruir. Fomos nós que criamos nossos medos, nós é quem os fortalecemos, e somente nós podemos destruí-los. Somos mais fortes que o medo, só precisamos entender isto e lutar a nosso favor. O poder da destruição é nosso e devemos ser minuciosos para não destruirmos a nós mesmos, mas sim tudo aquilo que quer nos destruir.
Por Patrícia Campos