Euforia

Nem sempre o estado de euforia

Provém da felicidade

O que às vezes parece alegria

Vem mascarando falsa liberdade

 

Alma à procura de si mesmo

Em lugares escorregadios

Perdida nos próprios sentimentos

Buscando preencher seu vazio

 

Tempo efêmero, pura ilusão

Percalços e contratempos

Deixam amargo pobre coração

Que adoece sentado ao relento

 

Muitos se entorpecem

Forçando tal euforia

No mesmo instante, alma fenece

Cada vez mais distante da vida

 

Não adianta enganar-se

Misturando as sensações

Se o desejo é libertar-se

Necessário é transpor as aflições

 

Expulsar os próprios demônios

Eliminar sujeito provisório

Purificar todo recôndito

Aniquilar pensamentos ilusórios

 

Que toda euforia seja transformada

E seja advinda do sempiterno

Uma alma verdadeiramente revigorada

Firmada na rocha viva do eterno

 

Espontâneo e sóbrio sorriso

Simples e natural como das crianças

Consciência aprumada no juízo

Domínio próprio e temperança

 

Por Michele

Tema sugerido por Jeane