Falsa sensação

Os olhos não enxergam, o coração não sente, as mãos não tocam, mas a vida continua ali presente, mas todos estão ausentes dela. Uma falsa sensação que a paz lhe tocou, mas como senti-la se você da vida não se apossou? Ela está tão perto, mas ao mesmo tempo se encontra tão distante, fora do caminho dos seus passos. Ninguém faz parte da sua grandeza sem conhecer e sem se envolver, mas querem tê-la em suas mãos sem buscar, sem ao menos se aprofundar, como descrever este coração? Quer a paz buscando a ilusão, quer a sabedoria, mas não busca se aprofundar em sua ciência. O acúmulo de quinquilharias trazem o peso que não pode carregar, o conhecimento não basta se a própria consciência não se espelhar e se enxergar. A realidade bate em cada porta, ela não ameniza e mostra toda a sua nudez e também suas cicatrizes, tudo está exposto, não tem como negar, tudo acontece dentro de cada interno, é lá que a ação se manifesta mesmo sem ninguém enxergar. Os sentimentos se proliferam, mesmo sendo ao contrário da vida, e por alimentarem o caos, não enxergam a própria saída. Supostas sensações ludibriaram os fracos, não souberam discernir o engano e por ele foram engodados. A verdade foi reprimida, não existe mais o conceito da justiça, afinal ela nunca foi exercida, e muito menos conhecida. Só ouviram falar dela, mas ninguém se coloca a escutar, os tímpanos foram fechados, e como compreenderão? Faltou sensibilidade? Faltou poderio ou lhes faltou a própria ação? Faltou examinar ou apenas se contentar? Somente você pode rever o próprio conceito, e mudar o próprio caminhar, somente ouvir não haverá mudanças, mas concretizar é o que te alinhará. Os devaneios dos próprios atos que violam tudo que você construiu, talvez hoje você não enxergue, mas tudo é computado e não passa despercebido, é assim que a falsa sensação faz, acha que está lá nas alturas, mas quando ver o despenhadeiro verá que a queda é a ruína, e isso será duro.

Por Ítalo Reis