Minhas pétalas que caem na primavera denotam que a transformação faz parte da arte, onde metade se parte, a parte que não faz parte, e se une a outra metade, por toda a eternidade, a metade que se vai para outra parte, para outro plano e se não for com ela, ficará só na saudade de uma vida de verdade que oferece a liberdade para quem não é covarde, que faz da vida sua cara metade e floresce na eternidade. Um florescer eterno, que brota no seu interno, onde só há uma estação, a primavera das flores, o pólen de seus amores, onde escorrem suas dores carregadas pelas chuvas dos olhos, um mar que se encontra com seu rio, a pororoca da vida que traz o seu sentido, carregando suas pétalas numa linda paisagem, um quadro inevitável, a troca de vestimenta, transformando sua flor. Um florescer eterno que degela todo o inverno que por tanto tempo trouxe frio a sua alma, mas que lhe aquecerá como o sol numa manhã de verão. Então se lembrará da semente que abraçou humildemente em sua terra, cuidando e zelando por ela, para que viesse florescer o filho da vida eterna, não há flor mais rica e mais bela que essa, seu caule nos alimenta, sua folha nos representa é o verde da esperança que faz crescer a criança que brotará feito flor na incubadora do amor.

Só se floresce quem cresce, quem de verdade se enriquece dos tesouros que a vida nos dá, porque não há valor estimado para o tesouro alcançado por àquele que deseja viver, caso contrário serás apenas uma flor que não conheceu o amor, que viveu, sofreu e murchou e seca no pó se deitou.

Por Patrícia Campos 🌺

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