Fundo do poço

Parecia um abismo sem fim

Um tombo que só fez machucar

Asas quebradas de um lindo querubim

Sem forças para poder voar

 

Desvio do caminho da verdade

Só leva as almas a derrota

Tanto se falam da liberdade

Mas para Deus viraram as costas

 

A luz sempre esteve perto

No interno de cada um a brilhar

Mão divina estendida, aguardando peito aberto

Querendo a consciência iluminar

 

Cheguei ao fundo do poço

Me vi entre a vida e a morte

Faca entalada no pescoço

Degustando da própria sorte

 

Colheita do que se plantou

Lei certa da semeadura

Sofrimento de quem não raciocinou

Caminhada pesada e dura

 

Se jogamos a alma na lama

Temos também o poder de limpa-la

Deixar de ser consciência insana

E lutar para poder salva-la

 

Tudo está em nossas mãos

Não há como ninguém interceder

Para galgarmos a salvação

Necessário é na carne fenecer

 

Cheguei ao fundo do poço

Me vi entre a vida e a morte

Faca entalada no pescoço

Degustando da própria sorte

 

Por Michele

Tema sugerido por Milena Gomes