Infortúnios da alma

Há dores que não se veem

Feridas silenciadas não sangram

Elas ecoam no silêncio do peito

Como fogo ardendo em chamas

A alma tropeça em lembranças vazias

E se vê em total destruição

Ela chora sem haver lágrimas

Pois o peso da consequência pesa em seu coração

Tem dias que o coração está quebrantado

Aos pedaços como um espelho quebrado

Só refletindo os seus fragmentos

E todos os danos colhendo

Mas mesmo com a alma em infortúnios

Sempre haverá um fio de esperança

Soprando a vida acesa

Trazendo paz e bonança

Não pode apenas aceitar

E se queixar dos problemas

Deve enfrenta-los com destemor

Para poder seguir em frente

Não deixe que o fracasso tome conta

E que o desânimo abata sua alma

Ter plena ciência do caminho

É o que alivia sua caminhada

No vasto campo do nosso ser

Onde o silêncio habita

A dor se ergue no peito

Sempre fazendo sua indesejada visita

A alma se cansa de lutar

E as forças já não parecem encontrar

O inimigo quer ferir o peito

E seu coração chega pensar que não tem mais jeito

Então vem o choro do desespero

E emudece sua boca

Não consegue ver a esperança

E o desatino toma conta

Mas se a dor é como a chama que purifica

É nela que deve se edificar

Pois quem no luto da alma se refaz

Descobre o sentido de lutar

 

Por Ítalo Reis

Tema sugerido por Jeane