Mesmo em meio as sarças e espinheiros querendo me sufocar ali surgiu a esperança para que um belo broto viesse vingar, eu sou o cultivador da minha própria terra, eu quem tive que cuidar dos mínimos detalhes para que meu jardim florescesse com frutos da vida. Mesmo no período de seca com o meu solo árido eu aguei a minha plantação com o que mantinha em meu próprio poço, eu sei que fiz muito esforço para me manter de pé, mesmo o sol condenando e queimando meus pés. Eu não fraquejei e nem deixei minguar, continuei lutando sem tosquenejar, pois o que trago dentro de mim me impulsiona para vencer as etapas desse mundo sem que eu venha esmorecer. Eu estou mais zeloso de mim, estou me precavendo e me revendo, me lendo, para que eu não me perca neste tempo efêmero, pois tudo daqui impede, e nos faz retroceder se não formos capazes de perceber tudo o que vem a nos envolver. Ao meu redor posso notar o tamanho da força que tanta quer me derrubar, somente eu posso combate-lo, porque meu maior inimigo sou eu mesmo, por isto não posso deixar as pragas se proliferarem, devo me preocupar e me manter atento, pois um deslize coloco tudo a perder o que estava cuidando a tempo. Com o tempo irei ver despontando tudo aquilo que já plantei, mas ainda estou cuidando com cautela de mim, para que o tempo mal não me pegue de surpresa e me faça refém, pois um jardineiro precavido não deixa suas rosas murcharem, antes cuida com todo carinho para que novas mudas venham brotar. Tudo tem seu tempo determinado, para que as coisas aconteçam, vou progredindo dando passos no silêncio até que minha alma resplandeça a mais pura essência da vida.
Por Ítalo Reis
Tema sugerido por Lauro